quinta-feira, 30 de julho de 2015

ÓCULOS DE PRISMA


Cansado da ótica econômica
Comprei um óculos de prisma
E quando vi no preto e branco
Um espectro de cores infinitas
E vi em certos carismas
O sibilar de cobras malditas
E vi em certos demônios
A expressão de crianças aflitas
E vi o grito dos afônicos
O mal-estar crônico 
E o humano-biônico

Ceguei-me

A mente que muito sabe
Já disse o sábio
É mente aflita.

terça-feira, 21 de julho de 2015

NAS CURVAS


nas curvas da arquitetura reta,
nas curvas da cidade turva,
anda a turba desordenada.
e na ordem do nada que guia,
que liga os pontos e as partes,
o cristal apagado ilumina
e revela o desenho-desastre.

abstrato.
será arte?


terça-feira, 14 de julho de 2015

TRISTEZA

Tristeza é meditação
Máquina de moer grão
Tristeza é imensidão
Tristeza é mar azul

Tristeza não é em vão
Tristeza é limpeza à mão
Tristeza é poesia
Poema sem rima de ão

Tristeza é a beleza
Da certeza
Da espera
Do inverno
Pela dona
Primavera

quinta-feira, 9 de julho de 2015

AMARES

Amar é a mora ou a multa?
Amar é amora ou veneno?
Amar é marola ou tormento?
Nos bancos, nos campos,
Nos mares:
Só respiro ares de amares.